
No início de Julho fez dois anos que nos mudámos para aqui. No início de Agosto fez três anos que a nossa menina nasceu.
Estes dois acontecimentos estão profundamente interligados: só quando encontrámos este lugar, só quando decidimos que queríamos viver aqui, surgiu em nós a vontade de ter filhos.
Mudámos tanto! Quando olho para trás, vejo um casal que viveu feliz, durante muitos anos, num pequeno apartamento, numa cidade grande (grande, à escala portuguesa), rodeado de família e amigos. Crianças não estavam – definitivamente – nos planos.
Num instante, cinco anos se passaram desde que, algures no outro lado do mundo, percebemos o que realmente procurávamos. Uma inquietude tinha-se instalado, sentíamos que queríamos algo, mas não sabíamos bem o quê. E às vezes é preciso atravessar oceanos para percebermos que a resposta está aqui, por muito que isto soe a livro de auto-ajuda…
Quando, em 2015, aqui viemos, pela primeira vez, percebemos que tínhamos chegado a casa. Acabámos por não percorrer Portugal de lés-a-lés (mas quase…), porque soubemos – imediatamente - que a procura tinha terminado. E nesse momento soubemos, também, que risos de crianças ecoariam por entre as árvores.
Depois, tudo fluiu: vendemos o nosso apartamento, nasceu a nossa menina e mudámo-nos para a única casa que conseguimos alugar aqui, estando a 300km durante o processo.
Esta é uma passagem ultra rápida pelo nosso percurso até aqui. Prometo demorar-me um pouco mais em cada uma das etapas do nosso caminho. Por agora quero apenas celebrar estas datas, tão importantes para nós.
Hoje, continuamos convictos que aqui é o nosso cantinho. Como disse aqui, este é “o lugar onde queremos viver mais em harmonia com a natureza, ao ritmo da terra; onde desejamos ver crianças e árvores a crescer; onde sabemos que tudo será mais simples, mais duro também, mas - sem dúvida (para nós) - mais pleno”.
In early July turned two years since we moved here. In early August turned three years since our little girl was born.
These two happenings are deeply connected: it was only when we found this place, it was only when we decided to live here, that we felt we wanted to have children.
We have changed so much! Whenever I look back, I see a couple who happily lived for many years, in a small apartment, in a big city (big, for Portugal), surrounded by family and friends. There were no plans for children – definitely.
In no time, five years have passed since we realized what we really sought – somewhere in the other side of the world. A restlessness had been planted. We felt we wanted something. But we still didn’t know what was it. And sometimes one needs to cross the ocean to realize that the answer is right here; even if this sounds like a self-help book...
The first time we came here (in 2015), we realized we had arrived home. We decided that there was no need to travel all over Portugal (but almost). In a glance we recognised that the pursue was over. At that point, we also knew that the sound of children laughing would echo among the trees.
Afterwards, everything flowed: we sold our apartment; our little girl was born; and we moved to the only house we found to rent. All 300km way from here.
This is a very quick overview of our journey up here. I promise to linger a little bit more in each step of our way. For now, I just want to celebrate these so important dates for us.
Presently, we remain convinced: this is our little corner. As I said here, this is “the place where we want to live in (more) harmony with nature, at the rhythm of the earth; where we want to see children and trees growing; were we know that everything will be simpler, harder too, but - no doubt (for us) - the fullest”.
Fantástico. Admiro-vos pela coragem
Eh, eh. Obrigada Anita. Há quem lhe chame loucura.
Ema, profundamente inspiradora! Cheguei primeiro ao outro blog, entre pesquisas de minimalismo, sustentabilidade, vida mais natural e adorei ler cada uma das dicas. Uma escrita motivadora, despretensiosa, positiva e acolhedora.
Ainda temos um longo caminho a percorrer lá em casa, mas já adotamos algumas das dicas. Há determinados comportamentos que estão tão enraizados na nossa sociedade que é difícil romper com eles. Andamos numa correria tão frenética que acabamos por viver desconectados de nós mesmos, da nossa essência e da nossa família. Os filhos ajudam muito a puxar-nos para o presente, a abrandarmos o ritmo.
Tenho o privilégio de ter nascido numa aldeia e de lá ter vivido a infância, desde aí tenho vivido sempre em cidades, falta a coragem de regressar em definitivo às origens.
Maria
Obrigada pelas palavras, Maria! E pela companhia.
Sem dúvida que este não é um caminho fácil, mas sinto que é muito recompensador (e sim, os filhos dão-nos uma força incrível).
Se o sonho é regressar, desejo, com todas as forças, que se concretize!
Um beijinho